O Ford Corcel foi lançado em 1968. Na realidade era o projeto M da Willys, montado sob base Renault. Como a montadora fora comprada pela Ford, em 1967, esta absorveu o projeto, lançando-o com o nome Corcel.
Nas pistas o Corcel nunca teve um desempenho muito bom. Certo que um Corcel pilotado por José Carlos Pace;Bird Clemente chegou em segundo lugar nas 12 Horas de Porto Alegre de 1968, e que Emerson Fittipaldi pilotou um Corcel numa corrida em Belo Horizonte. Também foi realizado um torneio para Corcéis no Rio e São Paulo, no final de 1970. Mas o pequeno Ford não era páreo para os Fuscas na Divisão 3, que naquela altura tinham um bom desempenho com kits 1600 para cima.
Alguns triunfos no Rio Grande do Sul, vitórias em provas de calouros e novatos e uma inusitada vitória na classe A dos 500 km de Interlagos de 1973, com Francisco Gondim/Paulo Caetano, foram os pontos mais altos da carreira competitiva do Corcel I.
Em 1980 o automobilismo brasileiro era dominado pelas monomarcas. De fato, só na D-3 carros de fabricantes diferentes podiam competir com os outros. Que na realidade, se traduzia em um único FIAT contra uma armada de produtos VW, já que os Chevette há muito tinham sido abandonados na categoria.
A Ford retirara o Maverick de linha, e não teve outro remédio senão fazer um Torneio para o Corcel II, para promover seus carros de passeio - seu único outro carro na época era o Galaxie. O Torneio acompanharia o Torneio Brasileiro de Fórmula Ford.
A primeira etapa do Torneio ocorreu na velha pista de Interlagos, em 27 de abril. Para comprovar a inépcia dos Corcel nas pistas, o pole da primeira corrida fez 3m53,13s. Os Passat rodavam na base de 3m42, os Stock Car, 3m22s, e até o FIAT, com motor menor do que o Corcel, rodava em 3m48. Os Divisão 3 já rodavam em 3m22, e os FW 1600, 2m58s. Os Formula Ford, por outro lado, conseguiam rodar Interlagos em 3m13s. Ou seja, era a categoria menos veloz do automobilismo brasileiro.
Só 11 pilotos se inscreveram para a corrida de 2 baterias. O mais famoso acabou sendo o vencedor da prova (e do primeiro campeonato), Aloisio Andrade Filho. Entretanto, ganhou devido a desclassificação de Ernesto Zogbi, que embora largando em último, ganhou as duas baterias. O motor de Zogbi tinha comando de válvulas em medidas não originais. Olicio Santos fez a pole, com pneus não aprovados, e acabou chegando em segundo, seguido do gaúcho Henrique Damo. Entre os corredores estava José Nogueira, conhecido como Graham Hill, por portar um bigode parecido com o do falecido e querido piloto inglês.
O Torneio Corcel II só durou três anos, de 1980 a 1982. Eventualmente Ford lançou o Escort, mais capaz nas pistas. O Torneio Corcel II trouxe um pouco de variedade ao automobilismo, mas certamente, não teve um impacto grande no esporte.
Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador baseado em Miami
Nas pistas o Corcel nunca teve um desempenho muito bom. Certo que um Corcel pilotado por José Carlos Pace;Bird Clemente chegou em segundo lugar nas 12 Horas de Porto Alegre de 1968, e que Emerson Fittipaldi pilotou um Corcel numa corrida em Belo Horizonte. Também foi realizado um torneio para Corcéis no Rio e São Paulo, no final de 1970. Mas o pequeno Ford não era páreo para os Fuscas na Divisão 3, que naquela altura tinham um bom desempenho com kits 1600 para cima.
Alguns triunfos no Rio Grande do Sul, vitórias em provas de calouros e novatos e uma inusitada vitória na classe A dos 500 km de Interlagos de 1973, com Francisco Gondim/Paulo Caetano, foram os pontos mais altos da carreira competitiva do Corcel I.
Em 1980 o automobilismo brasileiro era dominado pelas monomarcas. De fato, só na D-3 carros de fabricantes diferentes podiam competir com os outros. Que na realidade, se traduzia em um único FIAT contra uma armada de produtos VW, já que os Chevette há muito tinham sido abandonados na categoria.
A Ford retirara o Maverick de linha, e não teve outro remédio senão fazer um Torneio para o Corcel II, para promover seus carros de passeio - seu único outro carro na época era o Galaxie. O Torneio acompanharia o Torneio Brasileiro de Fórmula Ford.
A primeira etapa do Torneio ocorreu na velha pista de Interlagos, em 27 de abril. Para comprovar a inépcia dos Corcel nas pistas, o pole da primeira corrida fez 3m53,13s. Os Passat rodavam na base de 3m42, os Stock Car, 3m22s, e até o FIAT, com motor menor do que o Corcel, rodava em 3m48. Os Divisão 3 já rodavam em 3m22, e os FW 1600, 2m58s. Os Formula Ford, por outro lado, conseguiam rodar Interlagos em 3m13s. Ou seja, era a categoria menos veloz do automobilismo brasileiro.
Só 11 pilotos se inscreveram para a corrida de 2 baterias. O mais famoso acabou sendo o vencedor da prova (e do primeiro campeonato), Aloisio Andrade Filho. Entretanto, ganhou devido a desclassificação de Ernesto Zogbi, que embora largando em último, ganhou as duas baterias. O motor de Zogbi tinha comando de válvulas em medidas não originais. Olicio Santos fez a pole, com pneus não aprovados, e acabou chegando em segundo, seguido do gaúcho Henrique Damo. Entre os corredores estava José Nogueira, conhecido como Graham Hill, por portar um bigode parecido com o do falecido e querido piloto inglês.
O Torneio Corcel II só durou três anos, de 1980 a 1982. Eventualmente Ford lançou o Escort, mais capaz nas pistas. O Torneio Corcel II trouxe um pouco de variedade ao automobilismo, mas certamente, não teve um impacto grande no esporte.
Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador baseado em Miami
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