Segundo escrevi em outros lugares, o Maverick 4 cilindros foi lançado no Brasil em 1975, em batismo de fogo - o Torneio dos Campeões, duas corridas realizadas em Interlagos, com pilotos de diversos países sul americanos, além de alguns dos melhores brasileiros da época. Além disso, até o italiano Vittorio Brambilla participou.
Entretanto, o Maveco 4 cilindros veio à vida numa conjuntura difícil. A Classe B da Divisão 3 já acabara no campeonato nacional de 1974, e a B da Divisão 1 continuava, apesar de geralmente não contar pontos devido a falta de concorrentes.
Porém, foi numa prova da Divisão 1 que os Maverick de 4 cilindros viram as cores das pistas brasileiras uma última vez.
O palco foi Brasília, nos 1000 km de 1976. Greco preparou dois carros, além dos carros da classe C com motor de oito cilindros, e colocou Marcos Junqueira e Fabio Sotto Mayor num deles, e os locais Ralf Gibran e Constantino Andrade no outro. Seus concorrentes eram duas pesadas Alfas 2300, com Joao Carlos Palhares e Luis Antonio Tavares num, e Murillo Pilotto e Norman Casari no outro.
Com 4 carros, havia uma certeza. Qualquer que fosse o resultado, não contaria pontos, pois eram necessários seis carros na largada para o resultado ser homologado.
No final das contas, embora Greco tenha ganho na geral, com Paulo Gomes (que logo iria para a Europa) e Bob Sharp, não houve festa na B. A Alfa de Murillo e Casari era mais rápida, porém abandonou logo. Mas Palhares e Tavares conseguiram manter a sua Alfa na frente dos dois carros semi-oficiais. Conseguiram também completar 175 voltas, livrando-se da vergonha de ficar atrás dos primeiros da classe A, Francisco Artigas e Luis Carlos Paternostro, que completaram 173 voltas. Os dois Mavecos 4 fizeram 174 voltas, terminando assim na frente dos Passat e Dodginhos.
Logo a Classe B da Divisão 1 também foi para a cucuia, e no ano seguinte, nem na Classe C os Maverick eram mais competitivos, tendo sido adotado um regulamento que favorecia os Opala. Isto até causou o afastamento de Greco das pistas, que só voltou a pisar em autódromos em 1981.
Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo, e também erra às vezes.
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